Histórico
DRAGÕES 283 ANOS
1737 - 2021
O 4º Regimento de Cavalaria Blindado foi organizado em 3 de maio de 1737, junto ao Canal do Rio Grande, por determinação do Brigadeiro Silva Paes, em decorrência da necessidade de guarnecer as fronteiras portuguesas contra a expansão dos domínios espanhóis. O costume lusitano de designar seus regimentos pelo nome do lugar onde estavam sediados deu-lhe a denominação de "Dragões do Rio Grande de São Pedro".
Apoiando o trabalho de demarcação dos limites estabelecidos pelo Tratado de 1750, entre Espanha e Portugal, pelo qual foram permutadas a Colônia do Sacramento e as Missões Orientais, em 1752 o Regimento foi deslocado para a margem esquerda do Rio Pardo. A partir dali, participou das campanhas pela manutenção de nossas fronteiras, tanto em território rio-grandense como em domínios do Estado Oriental do Uruguai.
Em 1824 recebeu a denominação de 5º Regimento de Cavalaria. Em 21 de março de 1836 foi comandado pelo então Tenente Manoel Luís Osório, patrono da Arma de Cavalaria. Nesse mesmo ano, por ter aderido à Revolução Farroupilha, o Regimento foi dissolvido.
O Decreto nº 1074, de 30 de novembro de 1852, determinou a reorganização do Regimento na região de São Gabriel, o que foi executado por João Manuel Menna Barreto. Nesse período, conturbado por atritos entre brasileiros e castelhanos, o Regimento vigiou a fronteira rio-grandense e participou da Campanha do Estado Oriental, em 1864. Após assistir à rendição de Uruguaiana, retornou ao território brasileiro no ano seguinte, acampando em São Borja a 19 de novembro.
Com a denominação de 5º Corpo de Caçadores a Cavalo, e integrando o 2º Corpo de Exército, participou da Guerra do Paraguai, com destacada atuação em todas as missões recebidas. Findada a Campanha do Paraguai, com a reorganização dos efetivos do Exército, passou a denominar-se 5º Regimento de Cavalaria Ligeira, com sede em Bagé.
Tendo tomado parte na Revolução Federalista de 1893, recebeu missões que o obrigaram a mudar de acampamento constantemente, sendo a última parada em Santana do Livramento, onde permaneceu até 8 de maio de 1905.
Após ter sido o elemento fundador das cidades de Rio Grande e Rio Pardo, contribuído para o desenvolvimento de São Gabriel e Livramento, o Regimento foi transferido para São Luiz Gonzaga, onde chegou em 8 de julho de 1905, sob o comando do Ten Cel João Inácio Alves Teixeira. Em 1920, teve sua designação mudada para 3º Regimento de Cavalaria Independente.
Inicialmente acantonado nas antigas instalações do Colégio dos Jesuítas, veio a receber seu atual aquartelamento em 8 de julho de 1924. Nesse período, forneceu boa parte de seu efetivo, incluindo seu Comandante, o então Major Leovegildo de Paiva, para a Campanha do Contestado. Participou, ainda, dos movimentos revolucionários de 1924 e 1932.
Em 1954 recebeu a denominação histórica de "REGIMENTO DRAGÕES DO RIO GRANDE". Em 3 de maio daquele ano, a população de São Luiz Gonzaga ofertou- lhe o estandarte.
Com a adoção de modernos meios de combate pelo Exército Brasileiro, visando proporcionar maior mobilidade, proteção blindada e potência de fogo à Cavalaria, em janeiro de 1974 a Unidade foi transformada em 4º Regimento de Cavalaria Blindado.
No alvorecer do terceiro milênio, novos desafios foram lançados a esta Organização Militar. No campo do combate convencional, recebeu os carros de combate LEOPARD, blindados de alta mobilidade e dotados de poderoso canhão 105 mm. Além disso, foi equipado com os morteiros pesados de 120 mm, com maior poder de apoio de fogo a longas distâncias. Somam-se, ainda, novas viaturas sobre rodas, tanto de uso operacional quanto administrativo.
Além de várias atividades em operações na faixa de fronteira, o Regimento participou das missões de paz no Haiti em três ocasiões, integrando o 7º, 12º e 21º contingentes do BRABAT. Em 2014, atuou na operação São Francisco II, no complexo de favelas da Maré, e, em 2016, participou da segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Além de seu perene estado de prontidão operacional para com a nação brasileira, insere-se na sociedade com atividades como o Projeto Força no Esporte (PROFESP), Equoterapia, Campanha do Agasalho, Combate à Dengue e ações cívico-sociais diversas. Tudo em apoio à população da Região das Missões.
Ao analisar o histórico dos Dragões do Rio Grande, podemos concluir que, nesses 284 anos de existência, seu brilho fica cada vez mais forte, cintilando como Estrela Guia da Cavalaria e se destacando em todas as frentes. A história do Regimento se confunde com a da formação do Rio Grande do Sul. Seus acampamentos e suas paradas temporárias delinearam os atuais contornos do Estado. Há um dito popular dando conta de que as fronteiras gaúchas foram traçadas "a casco de cavalo e a ponta de lança". Podemos acrescentar que, montando esses cavalos e empunhando essas lanças, estavam os soldados do "Regimento Dragões do Rio Grande".